The Pacific Alliance: Regionalism without stress
No dia 3 de abril de 2019, o BRICS Policy Center sediou a palestra “The Pacific Alliance: Regionalism without stress”, ministrada pelo professor Detlef Nolte, pesquisador do German Institute of Global and Area Studies (GIGA) e professor de Ciência Política na Universidade de Hamburgo.
Precursor em estudos sobre regionalismo latino-americano na Alemanha nos anos 1960, Detlef explorou em sua apresentação alguns elementos importantes para pensar a América Latina sob a perspectiva dos blocos regionais. Com enfoque na Aliança do Pacífico, ele apresentou uma análise comparada com outros blocos – como CELAC e Mercosul – destacando vantagens e limites deste modelo “baseado em ideias e normas compartilhadas, objetivos enxutos e baixa institucionalização”.
Detlef trouxe à tona um recente debate conceitual ao mencionar o “paradoxo da autonomia”, o “regionalismo cruzado” e “regionalismo leve”, e usou características da cooperação intrarregional na América Latina como exemplo: fraco intercâmbio comercial intrarregional (decrescente desde 2012), fortes incentivos para o transregionalismo, dificuldades em abarcar a dimensão política e a “obsessão pela soberania”.
Para o professor, alguns dos elementos que diferenciam a Aliança do Pacífico são: a prioridade pela redução de barreiras alfandegárias, a construção de uma plataforma para expandir as relações econômicas com a Ásia (especialmente considerando a dependência em relação ao comércio chinês) e o fato de que o bloco não implica na autonomia dos quatro países membros: Colômbia, Peru, México e Chile. Detlef expressou expectativas positivas sobre a aliança, ponderando, contudo, alguns desafios. O maior deles é a possibilidade de alteração em termos político-ideológicos de governos, como é possível observar na eleição de Andrés Manuel López Obrador, no México.