Abordagens Críticas ao Desenvolvimento (ACD-Rede)

Abordagens Críticas ao Desenvolvimento (ACD-Rede)

A rede de Abordagens Críticas ao Desenvolvimento teve início a partir de uma organização espontânea entre acadêmicas/os, ativistas e profissionais do Sul que se engajam criticamente com o desenvolvimento.

O marco inicial dessa rede foi o primeiro workshop realizado em novembro de 2018, no Rio de Janeiro, Brasil. Este evento foi organizado pela professora Isabel Rocha de Siqueira, com apoio do então pesquisador de pós-doutorado Paulo Chamon e das alunas de pós-graduação Ana Carolina Cardoso e Tatiana Castelo Branco do Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio (IRI/PUC-Rio). Durante o workshop, estabeleceu-se um secretariado da rede, composto pelas então discentes Ana Carolina Cardoso, Beatriz Teixeira e Mariana Gamarra.

Em 2019, um segundo workshop internacional foi realizado também no BRICS Policy Center (BPC), mantendo o mesmo engajamento plural e apoio amplo de discentes do IRI e outros membros da ACD-Rede. Ambos os workshops incluíram chamadas de trabalhos, momentos de mentoria e vivências.

Apesar da suspensão dos encontros presenciais durante a pandemia, a rede se manteve ativa, gerando mesas e painéis em conferências nacionais e internacionais, inspirando projetos de iniciação científica, dissertações e teses, além de produzir programas de disciplinas na pós-graduação acadêmica e profissional do IRI.

Em 2024, a ACD-Rede estabeleceu parceria com a Plataforma Socioambiental do BPC em um projeto financiado pela Fundação Ford. Esta importante colaboração viabilizou tanto a retomada dos workshops em 2025 quanto a criação de um programa de apoio para discentes em seus estudos

Abordagens Críticas ao Desenvolvimento

Nossas conversas começaram com uma reflexão comum: o discurso mainstream do desenvolvimento mostra inúmeros sinais de fracasso. Há muito tempo se apontam as limitações do foco em projetos baseados em formulações lineares, causais e cientificistas, instrumentos top-down e objetivos pautados quase exclusivamente no cumprimento de metas em torno do que se entende por “resultado”, “evidência” e “eficiência”.

Do ponto de vista dos efeitos, décadas de projetos mainstream de desenvolvimento não impediram — e parecem, em muitos casos, ter contribuído para — a exacerbação das desigualdades, a violação de direitos, a retirada de proteções sociais e a destruição ambiental. Além disso, frequentemente estes projetos continuam incapazes de contemplar sujeitos e formas de vida distintas dos padrões modernos ocidentais, senão pela lógica da falta ou da carência — de recursos, de bens, de resiliência etc.

Nesse contexto, o que esperar de abordagens alternativas do desenvolvimento e ao desenvolvimento (alternative developments / alternatives to development)? Que tipos de recursos teóricos e práticos podem não apenas fornecer a necessária crítica, mas também seu impulso transformador? Que contranarrativas, contra-arquivos e diferentes pontos de partida (e chegada) as experiências marginalizadas têm oferecido? Como podemos fazer reverberar essas experiências e colocá-las no centro de discussões cruciais sobre relações estruturais de poder no campo?

Os principais objetivos da ACD-Rede são:

a) facilitar a formação de um corpo compartilhado de conhecimento baseado em experiências e perspectivas do Sul, a fim de reorientar o debate sobre o desenvolvimento a partir das margens;

b) proporcionar e criar redes por meio do diálogo plural entre os setores acadêmico, ativista e de desenvolvimento profissional;

c) a longo prazo, repensar o papel da produção de conhecimento sobre alternativas ao desenvolvimento e desenvolvimentos alternativos.

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Eventos

Equipe

Ana Carolina Cardoso

Colaboradora

Beatriz Teixeira

Colaboradora

Dani Dias

Assistente de pesquisa

Isabel Rocha de Siqueira

Pesquisadora

Vitor Costa

Assistente de Pesquisa