“SHIFTING TRADE PATTERNS IN THE NEW DEVELOPMENT LANDSCAPE: BRICS AND OTHER EMERGING ECONOMIES IN THE EAST AFRICAN COMMUNITY”
No dia 23 de novembro, 2016, o BRICS Policy Center realizou o colóquio “Shifting Trade Patterns in the New Development Landscape: BRICS and other emerging economies in the East African Community”. O evento foi o resultado da pesquisa de Maria Nagawa no Centro e contou com a participação de Ana Garcia, professora da UFRRJ, como debatedora.
Nagawa abriu o seminário elaborando sobre como a Coope30ração Sul-Sul é um fórum pelo qual países do Sul Global podem aprender lições de desenvolvimento entre si. Como exemplo, ela argumentou sobre como a cidade do Rio de Janeiro melhorou consideravelmente o acesso à saúde básica nos últimos dez anos e como seu país natal, a Uganda, pode usar essa experiência para auxiliar no seu próprio setor de saúde. No comércio, especificamente, ela discutiu como a cooperação entre países no Sul facilitaria a negociação em termos de melhores acordos.
Em relação aos BRICS, Maria enfatizou a importância de não só olhar para o Produto Interno Bruto (PIB), mas também para o PIB per capitade cada um. Apesar da Índia ter um alto grau de crescimento econômico, por exemplo, ela apresenta o menor PIB per capita entre os BRICS, ou, em outras palavras, o crescimento do país não se reflete numa melhoria igualitária para a população. Ela questionou se os BRICS, como bloco econômico, poderiam continuar a ser vistos como alternativa viável para a ordem internacional vigente se a esfera política e econômica domestica está instável.
Se referindo à East African Community, que abarca o Quênia, Uganda, Tanzania, Burundi e Ruanda (e mais recentemente o Sudão do Sul), Nagawa argumentou que a região mais integrada na África precisava diversificar suas parcerias econômicas. Ela ressaltou que pensar fora da caixa é essencial.
Como exemplo, Nagawa usou a importância dada as relações comerciais com a China que, apesar de serem o parceiro de importação mais importante da região, ainda é relativamente fechado às exportações da EAC e que as economias emergentes como um todo não alteraram sua estrutura de trocas comerciais. Países da EAC continuam exportando produtos primários e importando caros produtos manufaturados. Isso indica que o processo de industrialização desses países acontece vagarosamente, apontando a dificuldade que eles enfrentam em diversificar seus produtos de exportação. Ela acrescentou, ainda, que apesar dos Investimentos Estrangeiros Diretos (IEDs) na região por países emergentes como a China estarem crescendo, eles são só uma fração dos IEDs por parceiros tradicionais, tais como a União Europeia e a África do Sul. Além disso, países como Japão e Malásia apresentam oportunidades interessantes para IEDs e mercados para produtos de exportação.
A debatedora, Ana Garcia, também ressaltou a competição desigual dos BRICS na região e questionou o melhor caminho para a EAC. Nagawa respondeu defendendo um maior protecionismo comercial, que pode ajudar os países da EAC a impulsionar a indústria local e se tornarem mais competitivos internacionalmente.
Maria Nagawa continuará pesquisando no BPC até fevereiro de 2017.