Nos últimos anos, a economia do cuidado emergiu como um campo crucial de estudo e debate, relacionando-se diretamente com temas como trabalho não remunerado, bem-estar social e desenvolvimento econômico. Longe de ser um mero assunto doméstico, o cuidado abrange uma ampla gama de atividades essenciais para o funcionamento da sociedade, como cuidados de crianças, idosos e parentes doentes, por exemplo.

Só que é preciso atentar para a (desigual) distribuição das tarefas de cuidado no Brasil e no mundo. As mulheres ainda são as principais trabalhadoras não remuneradas de cuidado dentro e fora das famílias. Essa divisão desproporcional pode dificultar o acesso das mulheres à educação, emprego e desenvolvimento profissional, além de afetar as dinâmicas familiares e comunitárias. Isso frequentemente fortalece as normas preconcebidas de gênero e diminui a capacidade das mulheres de participar plenamente da economia formal. A falta de instalações de cuidado acessíveis e políticas de apoio adequadas também contribui para o aumento da sobrecarga das mulheres, mental e fisicamente.