Entre os dias 22 e 24 de outubro, os países BRICS se reuniram para a XVI Cúpula do agrupamento, realizada em Kazan, Rússia, com o lema “Fortalecendo o multilateralismo para o desenvolvimento e a segurança globais justos”.

O encontro dos BRICS deste ano foi fortemente marcado pelo protagonismo de Vladimir Putin, que “aproveitou” da Cúpula para demonstrar que Moscou não está isolada internacionalmente. Este esforço se dá em um contexto marcado pela invasão russa na Ucrânia, que se estende desde fevereiro de 2022, e pelas inúmeras sanções ocidentais à Rússia. 36 países enviaram líderes para participar do evento, além da presença do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres (Monin, 2024) – é o maior encontro internacional conduzido por Putin desde o início da incursão russa em território ucrâniano (Deutsche Welle, 2024). Além dos chefes de Estado dos países BRICS, o encontro contou também com a participação de importantes líderes do Sul Global, como Recep Tayyip Erdoğan (Presidente da Turquia) e Nicolás Maduro (Presidente da Venezuela). A presença de diversos líderes é um trunfo não somente da Rússia, mas também demonstra a consolidação da legitimidade e reconhecimento do agrupamento como um importante espaço da governança global.