Ninguém entra, ninguém sai – mobilidade urbana e direito à cidade no Complexo do Alemão
Nesta terça-feira (14/11) ocorreu o evento e lançamento da Publicação “Ninguém entra, ninguém sai – Mobilidade Urbana e Direito à Cidade no Complexo do Alemão”, que foi produzida pelo BRICS Policy Center, em parceria com a Fundação Heinrich Böll Brasil e o Coletivo Papo Reto. O debate foi mediado por Anette von Schönfeld, diretora do escritório da Fundação Heinrich Böll no Brasil. Na mesa estavam presentes Sérgio Veloso e Vinícius Santiago, os autores do livro, Thainã de Medeiros, do Coletivo Papo Reto, e Raquel Barros, da ONG Fase.
No início, os pesquisadores apresentaram os resultados mais importantes da pesquisa, cujo objetivo foi mapear e sistemizar as dificuldades enfrentadas por moradores do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. O estudo demonstrou que o meio de transporte mais utilizado para mobilidade na cidade do Rio é o ônibus (52,2%), seguido de moto-taxi (12,4%), van (12%) e carro (10%). A maioria dos inquiridos precisa de um ônibus (46,6%) para se locomover na cidade, 35% das pessoas precisam de dois ônibus e 12,3% precisam de três. Dentro do Complexo do Alemão a maioria se locomove a pé (47,8%), 31,3% utilizam moto-taxi e 9,3% utilizam vans. No que diz respeito ao teleférico na mobilidade dentro do Complexo, 51,4% avaliaram o teleférico como muito ruim, enquanto que 31,1% responderam que era muito bom. O estudo também demonstrou que as mulheres se sentem menos seguras no Complexo do Alemão do que os homens.
Após da apresentação dos resultados da pesquisa, Thainã de Medeiros e Raquel Barros compartilharam as suas experiências pessoais em relação às questões levantadas pelo estudo. Um fator importante que influencia a mobilidade no Complexo do Alemão é a segurança. Os moradores sofrem com tiroteios constantes e com violência policial. Os morradores precisam de estratégias e táticas para se mover em meio a situações de tiroteio ou lidar com uma polícia que vê todos como eventuais criminosos. Especialmente as mulheres e as crianças têm uma posição mais vulnerável e sofrem da insegurança ao se mover no Complexo do Alemão.
No final do debate, teve uma discussão animada entre a audiência e os membros da mesa. Muitos aspetos interessantes da pesquisa e do debate foram retomados e aprofundados.
A transmissão da mesa de debate pode ser acessada na página do Facebook do BPC.
A Publicação “Ninguém entra, ninguém sai – Mobilidade Urbana e Direito à Cidade no Complexo do Alemão“ pode ser acessada aqui.