BPC sedia workshop “Global Cities Free of Slavery”
O workshop Cidades Globais Livres da Escravidão, realizado no Rio de Janeiro no BRICS Policy Center, é o primeiro passo na direção da construção de uma rede de cidades globais engajadas na erradicação da escravidão moderna. Esse diálogo iniciou-se entre as cidades de Maputo, Bangcoc, Nottingham e Rio de Janeiro com a presença da sociedade civil, que carrega respostas locais frente a escravidão na cidade do Rio de Janeiro[1]. O workshop também contou com a participação de membros distintos do Ministério Público do Trabalho, Secretaria Regional Anti-escravidão, Escritório de Defesa Pública, Ministério Público e membros dos secretariados estaduais e municipais de direitos humanos e assistência social.
O projeto é uma mistura de aprendizagem ativa e troca de conhecimentos entre parceiros, além do conhecimento obtido junto à cidade anfitriã. Dentro dessa estrutura, existe flexibilidade para diferentes tipos de atividades, de acordo com os recursos disponíveis na cidade anfitriã. No segundo dia do workshop, o grupo visitou a favela Providencia, a Cooperativa Maravilha de costureiras, e assim, caminhou em áreas relevantes da cidade a partir de uma perspectiva histórica. Durante a visita, guiada por dois pesquisadores historiadores e um guia local da favela Providencia, foi possível entrar em contato com as raízes da escravidão moderna no Brasil.
A estratégia do projeto é uma rede global anti-escravidão a partir do Rio de Janeiro, seguida pelas cidades de Maputo em julho de 2020, Bangcoc em novembro de 2020 e Nottingham em abril de 2021. O Projeto vai enxergar ações baseadas no local a partir de umas perspectiva sistêmica, comparando políticas e práticas para promover a prevenção da escravidão; protocolos de segurança e aplicação para permitir a descoberta de vítimas; abordagens informadas por sobreviventes para a construção de sistemas de descanso e recuperação; e estratégias para promover a resiliência a longo prazo.
A rede incentivará a inovação de políticas e práticas por meio da comparação e adaptação de iniciativas e idéias, também construindo relacionamentos para possibilitar colaborações mais amplas de futuras pesquisas sobre o tópico das comunidades livres da escravidão, e sobre as possibilidades de respostas locais à escravidão.
O projeto faz parte das Redes de Engajamento Global do AHRC e é financiado pelo Global Challenges Research Fund – GCRF. A iniciativa Cidades Globais Livres da Escravidão é dirigida pelo Centro de Políticas do BRICS (PUC Rio), como investigador principal, e co-dirigida pelo Laboratório de Direitos (Universidade de Nottingham).
[1] Conexão G é uma ONG coordenada por Mariah Rafaela da favela da Maré, a ONG visa prevenir e proteger os transgêneros de abusos e exploração sexual, a Cooperativa Maravilha é gerenciada coletivamente por mulheres costureiras da favela de Providencia e visa capacitar as mulheres a aumentando a conscientização de escravidão, e gerando renda e trabalho digno no setor de vestuário, o AprendIN é uma plataforma on-line coordenada por Robson Santos para promover a empregabilidade e o trabalho digno com foco nos jovens do Complexo do Alemão.