Três Perspectivas da Análise do BRICS: Uma Metodologia Sugerida
As economias do BRICS desempenharam um papel significativo na globalização, tanto como receptores de investimento estrangeiro direto (IED) quanto como investidores estrangeiros, à medida que empresas privadas e estatais nacionais se expandiram para corporações multinacionais com uma pegada de longo alcance. Em 2018, esses cinco países coletivamente representaram vinte por cento dos fluxos de investimento global e vinte e quatro por cento do PIB mundial (UNCTAD, 2019).
Apesar dos desafios impostos pela pandemia da COVID-19, a China liderou o investimento externo global em 2020, registrando US$ 133 bilhões em IED (UNCTAD, 2021). O Brasil está consistentemente classificado entre os dez maiores receptores de fluxos de IED, enquanto a Rússia e a Índia estão consistentemente classificadas entre os vinte maiores em fluxos de entrada e saída de IED nos últimos anos (UNCTAD, 2019; 2020; 2021; 2022; 2023). Kiely (2015) argumenta que a ascensão dos BRICS levou a uma maior integração desses países na globalização baseada no Ocidente, em vez de menor: “a ascensão desses países deve-se menos aos desvios do capitalismo de Estado das prescrições neoliberais que se originaram no Ocidente, e mais à adoção de políticas favoráveis à globalização” (Kiely 2015, p. 2-3).