
Padrões Comerciais Entre Os BRICS+ E A China: Complementariedade ou Assimetria?
Este estudo analisa as relações comerciais entre a China e os países do BRICS+ no período de 2013 a 2023, com ênfase na centralidade da China dentro do agrupamento. A pesquisa examina os volumes de comércio e a composição das exportações e importações, investigando em que medida essas dinâmicas reproduzem padrões históricos da divisão internacional do trabalho. Os dados indicam que a China mantém superávits comerciais com a maioria dos membros do BRICS+, exportando majoritariamente bens manufaturados de maior valor agregado e importando commodities agrícolas e minerais. Embora países como Brasil, Rússia e África do Sul registrem superávits, suas pautas exportadoras permanecem concentradas em produtos de baixo valor agregado. A análise dos novos membros do BRICS+ revela tendências semelhantes, especialmente entre os países exportadores de petróleo, como Irã e Emirados Árabes Unidos. O estudo argumenta que, apesar do discurso sobre a cooperação Sul-Sul, os padrões comerciais do BRICS+
continuam a reforçar a posição industrial dominante da China. Ressalta-se ainda a necessidade de aprofundar pesquisas em outras dimensões das relações intra-BRICS+, como cooperação para o desenvolvimento, transferência de tecnologia e articulação política, especialmente diante da agenda da presidência brasileira do BRICS em 2025, que busca diversificar os fluxos de comércio e investimentos.