O BRICS Policy Center da PUC-Rio participou da Primeira Cúpula Popular dos BRICS, realizada entre os dias 1 e 4 de dezembro no Armazém da Utopia, no Rio de Janeiro.
Entre os dias 1 e 4 de dezembro foi realizada a Primeira Cúpula Popular dos BRICS, no Armazém da Utopia, no Rio de Janeiro. O evento reuniu mais de 150 representantes da sociedade civil dos países BRICS e de outras nações do Sul Global, com o objetivo de construir uma agenda comum para o Sul Global ao longo de quatro dias de atividades. O BRICS Policy Center da PUC-Rio esteve presente durante várias atividades do evento.
A Cúpula Popular foi a primeira edição do Fórum Civil do BRICS (também chamado no Brasil de Conselho Popular) já em formato institucionalizado. O fórum foi reconhecido oficialmente pela Declaração de Kazan, na Rússia, em 2024, com a missão de promover o diálogo permanente entre governos e sociedade civil dos países do bloco. Com a presidência brasileira do BRICS em 2025, esta edição marcou o início de sua atuação formal.
A mesa de abertura contou com a exibição de um vídeo da presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Dilma Rousseff, que destacou: “Pela primeira vez, os povos dos países do Brics possuem um canal permanente de diálogo. Vocês não são observadores, são arquitetos do futuro que queremos construir”.
No segundo dia, a programação incluiu um painel dedicado às agendas dos Grupos de Trabalho (GTs) do Conselho Popular 2025, reunindo representantes das áreas de Saúde, Educação, Ecologia, Cultura, Finanças e Soberania Digital e Inteligência Artificial. Maria Beatriz Mello, da Plataforma Socioambiental do BPC/PUC-Rio, representou o GT de Ecologia. Em sua fala, destacou o alinhamento entre debates nacionais e internacionais sobre o tema e reforçou a necessidade de fortalecer o fórum popular para construir, nos próximos períodos, um programa de transição ecológica-popular baseada em direitos — à água, moradia, energia, transporte, cultura, saúde e educação.
Completaram a participação do BRICS Policy Center a diretora Marta Fernández e o professor pesquisador Marcello Cappucci.
A Cúpula concluiu que o BRICS é hoje um dos principais instrumentos geopolíticos para a construção de uma governança multipolar, mas trouxe críticas ao que consideram como “lentidão e falta de ousadia” do bloco e dos governos. Nesse sentido, os participantes apontaram passos urgentes, como o desenvolvimento de soberania tecnológica com inteligência artificial própria, o fortalecimento do NDB e a organização de uma rede permanente de movimentos sociais para monitorar e pressionar governos por ações mais profundas.”


