Fórum China-CELAC

 

Atualizado em Maio de 2016

O que é a CELAC?

  • A Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos
  • Novo bloco regional nas Américas – fevereiro de 2010
  • Sem instituições, serve como um palco para o diálogo e a configuração de agendas entre líderes internacionais e regionais
  • 33 países das Américas, representando em torno de 600 milhões de pessoas: 1) Antígua e Barbuda, 2) Argentina, 3) Bahamas, 4) Barbados, 5) Belize, 6) Bolívia, 7) Brasil, 8) Chile, 9) Colômbia, 10) Costa Rica, 11) Cuba, 12) República Dominicana, 13) Dominica, 14) Equador, 15) El Salvador, 16) Granada, 17) Guatemala, 18) Guiana, 19) Haiti, 20) Honduras, 21) Jamaica, 22) México, 23) Nicarágua, 24) Panamá, 25) Paraguai, 26) Peru, 27) Santa Lucia, 28) São Cristóvão e Névis, 29) São Vicente e Granadinas, 30) Suriname, 31) Trinidade e Tobago, 32) Uruguai, 33) Venezuela.

Empréstimos Chineses à América Latina (Banco de Desenvolvimento da China e Eximbank China)

 

Fonte:  (Gallagher & Myers, 2015)

O que é o Fórum China- CELAC?

  • Plataforma para cooperação intergovernamental entre os países membros da CELAC e os ministros de relações exteriores da China, estabelecida em julho de 2014.
  • O primeiro encontro ministerial aconteceu em Pequim – janeiro de 2015
  • Estabelecido para criar, formalmente, um mecanismo de interação da China com a América Latina
  • Objetivo: fortalecer a cooperação econômica e política entre a China e a América Latina, e realizar novas contribuições para a cooperação sul-sul, guiadas pelos princípios de respeito, igualdade, cooperação e abertura, a fim de promover o multilateralismo entre eles (China-CELAC forum, 2015a).

Estrutura

  • Os encontros ministeriais – a cada três anos – são os mecanismos principais e são realizados para discutir diferentes meios de melhorar a cooperação. O anfitrião alterna entre a China e o atual país que está na presidência do CELAC.
  • O Diálogo entre os Ministros de Relações Exteriores também é um mecanismo importante. Seu objetivo é manter discussões sobre o fórum e sobre questões que são de interesse comum. O fórum também consiste em diferentes sub-fóruns e financiamentos, sendo alguns deles criados no primeiro encontro ministerial, e outros incorporados na nova estrutura China-CELAC (China-CELAC forum, 2015b).

China na América Latina

  • A criação do Fórum China-CELAC foi em decorrência do aumento da presença chinesa na região. O valor de comércio entre o continente e a China aumentou 22 vezes entre 2000 e 2013 (CEPAL, 2015b).
  • A China é a segunda maior fonte de importações, e o terceiro maior mercado de exportações da ALC (European Comission, 2016).
  • A China importa 40% da produção global de grãos de soja, adquirindo quase 75% disso, do Brasil e da Argentina. A China também compra um terço de minério de ferro e um quinto do cobre nos mercados mundiais, sendo a maior parte advinda da América Latina (Pineo, 2015).
  • China tem acordos de livre comércio com o Chile (2016) e Peru (2010) (Peters, 2015). Além disso, o Uruguai confirmou recentemente a vontade de atingir um acordo de livre comércio com a China (China-CELAC fórum, 2016).

Fonte: ECLAC, 2016

Fonte: United Nations Statistics Division, 2016

Fontes: ECLAC, 2016

Investimentos Chineses na América Latina

  • ALC foi responsável por 10,5% do escoamento de IED total da China da última década (CSIS, 2016)
  • O IED anual chinês na ALC aumentou drasticamente, totalizando 84.40 bilhões de dólares entre maio de 2005 e de 2016, com 430 milhões de dólares em 2006, ao pico de 23.31 bilhões de dólares em 2010 (Heritage Foundation & American Enterprise institute, 2016).
  • O IED externo da América Latina para a China é fraco, com pouco investimento de empresas latino-americanas na China. (CEPAL, 2015a).
  • Os recursos naturais em abundância fazem da ALC um destino desejável para investimento chinês, com 55% dos investimentos da última década direcionados ao setor energético (CSIS, 2016).

Fonte: (Heritage Foundation & American Enterprise institute, 2016)

Empréstimos Chineses para a América Latina

  • Em 2015, o financiamento do Banco de Desenvolvimento da China e do Banco de Exportação e Importação da China aos governos e às companhias da ALC foi de um total de 29 bilhões de dólares, superando o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (Myers, Gallagher & Yuan, 2016).
  • Em 2015, os empréstimos foram focados nos setores de infraestrutura e de matéria-prima. Apesar de não imporem condições, às vezes, a concessão de empréstimos dependia do uso de equipamentos de empresas de construção chinesas (Ibid.).
  • Ao todo, a China entregou até 125 bilhões de dólares em financiamento para a ALC desde 2005, em apoio à 67 projetos em 13 países, sendo a Venezuela e o Brasil os maiores destinatários, recebendo 65 e 21,8 bilhões de dólares, respectivamente (Gallagher & Myers, 2015).

Plano de Cooperação China-CELAC

O Plano de Cooperação China-CELAC (2015-2019)  foi adotado no Primeiro Encontro Ministerial do Fórum China-CELAC, sob o princípios de participação voluntária e flexibilidade (China-CELAC forum, 2015c). O plano mostra grande interesse e comprometimento dos chineses em fortalecer laços com a ALC e abordar a região como um todo. Por ora, o Fórum é relativamente novo e simbólico, em sua maioria, com poucos dos seus compromissos executados (Myers, 2015).

China-CELAC e Meio Ambiente

A perspectiva é de um crescente interesse da China em fortalecer relações com a América Latina, tendo em vista aumentar os negócios, diversificar os fluxos de investimento chinês e promover maior crescimento na ALC. No entanto, o fórum ainda está em um estágio inicial, sendo necessário mais coorporações, a fim de acessar totalmente os recursos e a cúpula (CEPAL, 2015a). Além disso, espera-se que o crescimento econômico da China diminua e eventualmente reduza as demandas por importações. Em 2015, o PIB anual foi o mais baixo em 25 anos. Isso pode significar, de acordo com o FMI, uma mudança nas prioridades das políticas chinesas, de investimento, para consumo, e poderia ser um grande obstáculo nas perspectivas do plano de cooperação (Ray & Gallagher, 2015). Além disso, a recente queda nos preços das commodities e o histórico de instabilidade política da região (Smith, 2016), poderia significar um obstáculo para o aprofundamento das relações entre China e CELAC. A questão é, portanto, se as perspectivas do plano de cooperação são suficientes para ajudar os países a sair das suas respectivas crises.

 

Obstáculos e perspectivas para o fórum

Os investimentos chineses e as exportações latino-americanas para a China são concentradas em commodities primárias e commodities extrativistas, possuindo uma maior concentração de emissão de gases do efeito estufa do que as exportações para o resto do mundo (Ray et al., 2015). O plano de cooperação China-CELAC chama atenção para o avanço de negociações climáticas e investimento em energia renovável, porém, até agora, nenhum avanço foi feito, além dos discursos no plano de cooperação, e não há nenhum sub-fórum nessa área, com o foco maior em crescimento econômico (Chun, Veiga & Soutar, 2015).

Fonte: (World Bank Group, 2016)