Ana Garcia concede entrevista ao jornal O Globo e participa de podcast Chutando a Escada
A professora colaboradora da pós-graduação do IRI/PUC-Rio e doutora pelo mesmo instituto, Ana Garcia, concedeu uma entrevista ao jornal O Globo sobre a postura dos EUA frente a uma possível aliança russo-chinesa e participou do podcast Chutando a Escada, no qual trata sobre a importância crescente do bloco BRICS sobre o cenário geopolítico internacional.
Em entrevista ao jornal O Globo, Ana afirma que, diante de uma evidente ascensão global chinesa e de uma aliança russo-chinesa, é estrategicamente importante para os EUA o estabelecimento de um diálogo político com o Sul Global. Levando em conta o encontro do G20 e a ampliação dos membros do bloco BRICS, Ana defende que a Casa Branca enfrentará desafios ao se aproximar da linguagem do Sul Global, bem como na tentativa de reinventar sua relevância e influência política no cenário internacional.
Em relação a uma aproximação estratégica com a Índia – especialmente após Joe Biden anunciar um acordo para desenvolver um corredor marítimo e ferroviário no Oriente Médio – Ana foi perguntada se essa atitude americana se apresenta como um caminho promissor para contestar a aliança China-Rússia. Segundo Ana, “a Índia tem um jogo geopolítico complexo e está tentando extrair proveito das tensões internacionais […] E os EUA procuram manter alguma influência tanto no espaço do G20, que é multilateral global, quanto na própria região asiática, com essa interlocução importante com a Índia.” Dessa forma, a professora entende que não se trata apenas de interesses econômicos, mas militares, visto que estabelece-se uma forte parceria militar em uma região diretamente relacionada à China.
Ana também participou do episódio “A Expansão do BRICS”, do Podcast Chutando a Escada, analisando o aumento do bloco como resultado da última Cúpula. A professora expõe um panorama histórico sobre o desenvolvimento do grupo, e o quanto se organizou e cresceu exponencialmente nos últimos anos, enfatizando o viés geopolítico.
Ana destaca a posição do Brasil no grupo, desde sua criação até o negligenciamento dos últimos governos e o retorno brasileiro como incentivador das discussões sobre o grupo. Também, expôs suas impressões acerca da expansão do bloco, os jogos de interesse envolvidos nas negociações sobre novos membros, as implicações geopolíticas presentes, como a aliança China-Rússia, a reação das potências do Ocidente e os contextos políticos domésticos dos novos membros, como as eleições polarizadas da Argentina. Por fim, explora os desafios presentes com a expansão, o futuro do bloco e a necessidade da sociedade civil pressionar por uma cooperação Sul-Sul eficaz e central nos debates.
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