Série BRICS: Os Novos Bancos Multilaterais de Desenvolvimento (NBD-BRICS e AIIB) e o Sistema Financeiro Internacional
No dia 4 de abril, Paulo Nogueira Batista Jr. inaugurou a série de eventos “BRICS” com a palestra “Os Novos Bancos Multilaterais de Desenvolvimento (NBD-BRICS e AIIB) e o Sistema Financeiro Internacional”, no BRICS Policy Center. Encontros similares serão realizados pelo BPC ao longo dos próximos meses, por ocasião da Cúpula de 2019, a ser sediada pelo Brasil.
Para o economista, que foi diretor executivo no Fundo Monetário Internacional (FMI) na época em que os bancos multilaterais de desenvolvimento começaram a surgir, a criação do AIIB foi uma surpresa para todos e lançou “sombra” sobre o NDB. Quando os chineses anunciaram sua criação, houve certa preocupação, mas o banco era apresentado como tendo foco regional. No entanto, a definição de “Ásia” foi ampliada, incluindo a Oceania, e a atuação do banco tornou-se progressivamente global. Hoje, são mais de 90 membros e dos grandes países desenvolvidos somente EUA e Japão não aderiram.
Ele falou também dos avanços do NDB – que constam hoje mais de 30 projetos aprovados, maioria denominado “verde”, no total de U$8 bi – e os desafios que o banco ainda enfrenta, como: a grande demora no estabelecimento dos escritórios nacionais, o que prejudica a capilaridade, e o fato de não ser aberto para novos membros mesmo estando em operação há quatro anos.
Para o futuro, Batista Jr. acredita que o NDB ainda é um projeto promissor, apesar da governança política não ser fácil; e que com a Cúpula no Brasil, há oportunidades para o país. Mesmo otimista, ele ressaltou que a AIIB “corre muito à frente”.
Paulo Nogueira Batista Jr. foi professor e pesquisador da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo; vice-presidente executivo do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) e diretor executivo do FMI. Também é autor dos livros Mito e realidade na dívida externa brasileira (Paz e Terra, 1983), Da crise internacional à moratória brasileira (Paz e Terra, 1988) e A Economia como ela é… (Boitempo, 2000).