Finanças Climáticas, Desenvolvimento, Pobreza e Desigualdade: Onde estamos e para onde vamos?

No dia 22 de fevereiro, 2017, ocorreu no BRICS Policy Center (BPC) o workshop “Finanças Climáticas, Desenvolvimento, Pobreza e Desigualdade: Onde estamos e para onde vamos?”. O evento foi uma iniciativa da Plataforma Socioambiental do BPC, do Gestão de Interesse Público (GIP) e do Development Initiatives (DI) e contou com a participação de convidados como Rafael de Soler, do Ministério das Relações Exteriores, Mariela di Ciommo, do DI, Alice Amorim, do GIP, além de Paulo Esteves, Supervisor Geral do BPC e Maureen Santos, da Plataforma Socioambiental. 

Durante as apresentações, foram destacados temas como as contribuições brasileiras no âmbito das negociações climáticas, as relações entre pobreza, vulnerabilidade e clima, o papel dos financiamentos climáticos na redução da pobreza e o descompasso entre os investimentos destinados às áreas de mitigação e de adaptação.

Alice Amorim, do GIP, por exemplo, destacou como os “recursos para o financiamento climático geram externalidades positivas em outras áreas do desenvolvimento”, enquanto que Rafael de Soler, ainda nessa linha de argumentação, apontou para a necessidade de se investir na operacionalização do financiamento climático que, segundo Soler, “revela-se aquém das expectativas dos países em desenvolvimento”

Ao avaliar a condição humana na questão climática, Mariela di Ciommo fez uma análise sobre como a condição de pobreza torna as pessoas “mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas”, fazendo uma conexão, portanto, entre os problemas sociais e ambientais. Complementando esse argumento, Maureen Santos afirma que é “importante aproximar a arquitetura institucional do financiamento climático da realidade local de comunidades afetadas”, adicionando a realidade das pessoas afetadas ao processo de busca por soluções.

Ao final das apresentações, os convidados responderam a perguntas da audiência – composta por acadêmicos e representantes de organizações da sociedade civil – e abriu-se espaço para um debate mais amplo acerca do papel das finanças climáticas na busca pela promoção de um desenvolvimento mais sustentável e mais justo.