Plataforma Socioambiental do BRICS Policy Center da PUC-Rio co-organizou o painel “Justiça Climática, Financiamento e Direitos Humanos: desafios e articulações possíveis”
A Plataforma Socioambiental co-organizou o painel “Justiça Climática, Financiamento e Direitos Humanos: desafios e articulações possíveis” na Casa das ONGs, na COP30.
O painel “Justiça Climática, Financiamento e Direitos Humanos: desafios e articulações possíveis” foi realizado no dia 18 de novembro, às 18h, na Casa das ONGs COP30, uma iniciativa da Abong – Associação Brasileira de ONGs. A atividade foi organizada pela Plataforma Socioambiental do BRICS Policy Center (BPC), em parceria com a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), a FASE, o Fundo Dema e o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc).
O encontro foi conduzido por Pedro Martins, educador da FASE Amazônia, que articulou perspectivas locais e globais ao relacionar experiências territoriais com as negociações internacionais do clima. A conversa reuniu vozes diversas para discutir os desafios e caminhos possíveis para o financiamento da justiça climática. Participaram do debate:
Graça Costa, presidenta do Comitê Gestor do Fundo Dema, destacou o processo de construção e a atuação territorializada do fundo, integrante de uma rede de fundos comunitários no Brasil. Ressaltou ainda a importância do reconhecimento desses fundos como sujeitos políticos nas negociações climáticas.
Mário Nicácio, liderança indígena e conselheiro fiscal do Fundo Podáali, apresentou a trajetória do primeiro mecanismo de abrangência amazônica voltado exclusivamente à captação e redistribuição de recursos para povos, organizações e comunidades indígenas. Com mais de dez anos de construção e cinco anos de gestão, o Podáali alcança mais de 180 povos indígenas na Amazônia brasileira, atuando com foco integrado em clima, pessoas e biodiversidade.
Maria Beatriz Mello, assistente de pesquisa da Plataforma Socioambiental/BPC, abordou a relação entre financiamento climático e justiça climática nas negociações internacionais, especialmente nas COPs. Ela explicou como o tema foi tratado na COP29, com a discussão sobre a Nova Meta Coletiva Quantificada (NCQG), e como retorna na COP30, marcada pela demanda por maior volume de financiamento climático para países em desenvolvimento.
Carolina Alves, assessora política do Inesc, contextualizou a criação do novo Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), iniciativa lançada pelo Brasil na COP30. Com base em nota técnica do Inesc, discutiu desafios do modelo de investimento, em especial o nível de participação dos povos e comunidades locais – diretamente afetados pela crise climática – e quais benefícios reais serão destinados a eles. Alertou ainda para o risco de o TFFF reforçar a subordinação da natureza à lógica de mercado.


