A economia política das relações Sul-Sul: Uma análise comparativa dos investimentos da China no Brasil e na África do Sul

Os BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – começaram a se constituir como uma plataforma política e econômica no final dos anos 2000. A ascensão dos BRICS reforçou um imaginário de “modernização” e “desenvolvimento” no Sul Global, abrindo espaço para um certo otimismo acerca da habilidade desses países em se tornar uma alternativa para a hegemonia do Ocidente. Sob uma perspectiva histórica, a América Latina e a África precisam diversificar seus parceiros econômicos para contrabalancear a onipresença dos Estados Unidos e da Europa em ambas as regiões. Entretanto, até que ponto os investimentos Sul-Sul podem gerar novos caminhos para um desenvolvimento regional e nacional baseado em pilares mais justos e socioambientalmente mais sustentáveis? Ou, ao contrário, até que ponto os investimentos Sul-Sul reproduzem a tradicional divisão internacional do trabalho e as práticas de exploração de recursos naturais e do trabalho, enquanto geram novas assimetrias?