A professora e coordenadora-geral do BRICS Policy Center, Ana Garcia, no dia 22 de agosto, concedeu ao jornal Newsweek uma entrevista a respeito das implicações geopolíticas da adesão de novos membros ao bloco do BRICS. Segundo a professora, há uma visão crescente no bloco de que um BRICS forte pode ser um grande BRICS. Além disso, afirma a importância do aspecto geopolítico do bloco, e não apenas econômico, o que atrai diversos países afetados pelas políticas das potências ocidentais, diminuindo a força dos Estados Unidos no Sul Global.

Sobre o redirecionamento de foco dos BRICS, Ana afirma, no jornal CBC News, que essa transição foi acelerada pelo contexto das tensões entre China e Estados Unidos e, mais recentemente, a guerra entre Rússia e Ucrânia. Assim, reforçando a ideia de desafiar as ideologias de potências ocidentais e a unipolaridade.

Para a CNN, Ana explora essa ideia de atração de novos membros como uma nova possibilidade frente a disposição econômica do sistema internacional, afirmando que o bloco funciona como uma espécie de ímã. O espaço do BRICS, é essencial para o fortalecimento das alianças e cooperações, sem que o debate tenha que passar pelas potências econômicas ocidentais.

Ainda para a CNN, Ana aborda as mudanças no foco do bloco e oferece um diagnóstico sobre o desenvolvimento dos países membros desde a criação do grupo até os dias de hoje. Para ela, os BRICS deixaram de ser um grupo com objetivos meramente econômicos e reformistas e passaram a ter um enfoque mais geopolítico, com aspectos da multipolaridade. Ana também afirma que os países membros não apresentam mais características econômicas iguais às que apresentavam no início do bloco, perdendo, inclusive, a denominação de “países em desenvolvimento”, como a China e a Rússia.

Confira as reportagens na íntegra no site da Newsweek, do jornal CNN e do CBC News: