Debate discute os impactos das eleições na África do Sul para as relações regionais e internacionais
O resultado das eleições da África do Sul é importante não apenas para o esforço de retomada da economia e combate à corrupção no país, mas para a continuidade da integração regional no sul do continente africano e também para os esforços de cooperação entre os países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). No último dia 08 de Maio, o país reelegeu o presidente Cyril Ramaphosa, pertencente ao Congresso Nacional Africano (CNA), partido que está governando a África do Sul desde 1994 com a eleição de Nelson Mandela.
Por conta disso, no dia 13 de Maio de 2019, o Professor do Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio, Alexandre dos Santos, mediou o debate “Quais os impactos das eleições na África do Sul para as relações regionais e internacionais?” com a participação de Luis Fernandes, também professor do Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio, e com o Repórter da TV Globo e Globo News radicado na África do Sul, Vinícius Assis. No evento, foram debatidos mais a fundo os novos contornos da situação política do país sul-africano.
Apesar de estar no poder desde 1994 e de ter garantido a reeleição de Cyril Ramaphosa, o CNA registrou o pior desempenho nessas eleições, refletindo a crescente insatisfação popular com a ineficiência das políticas econômicas adotadas pelo governo e com a dificuldade de criar empregos e diminuir a desigualdade social no país. Nesse contexto, foram debatidas a nova composição do parlamento sul-africano, o futuro papel da oposição, as promessas de combate à corrupção e aos privilégios no governo.
O professor Luis Fernandes, Doutor em Ciência Política pelo IUPERJ, discutiu com mais detalhes a crescente perda de apoio popular do CNA e falou das dificuldades econômicas pelas quais a África do Sul atravessa. O professor Alexandre dos Santos, mestre em Relações Internacionais pela PUC-Rio, destacou o crescimento dos partidos que representam a extrema direita e a extrema esquerda, que tomaram votos tanto do CNA quando do principal partido de oposição, a Aliança Democrática. Já o repórter Vinícius Assis, destacou o desencanto da juventude sul-africana com o partido que está no poder há 25 anos e as promessas não cumpridas de melhores oportunidades de emprego e melhor distribuição de renda.
(Foto: reprodução/twitter @CyrilRamaphosa)